Informações Gerais
No ano de 1992, em Moçambique, começou uma série de discussões sobre o que se convencionou chamar "autoridade tradicional". Nessas discussões duas correntes se iriam destacar, aquela que considerava pertinente a "restauração" dessa instituição sócio-cultural como condição básica para dar solução do "caos social" que o país vivia, e a outra, que considerava uma discussão inócua uma vez que para ela, a "autoridade tracional" não passava de um conjunto de pessoas "tradicionalistas" e com idéias conservadoras, portanto resquícios do "feudalismo". O presente trabalho procura contribuir nesse debate. Com efeito, através de uma análise de um caso de conflitos de terra, tenta mostrar como "autoridade tradicional" usa, tanto recursos do passado quanto do presente para pleitear pela sua parcela de poder. Por outro lado, mostra como as noções de "tradicional" e do " moderno" adquirem novos conteúdos no contexto social e político local em função das mudanças pelas quais Moçambique passa hoje.