Informações Gerais
Ao longo dos anos 60 uma série de transformações nas conjunturas sócio-política e eclesial levaram ao estabelecimento de novas relações entre a Igreja Católica e a Sociedade Brasileira. Instituídas como objeto de investigação na década seguinte, estas relações constituíram uma nova problemática no interior das Ciências Sociais. Uma parte significativa desses estudos estiveram voltados para a análise do significado e das repercussões políticas das comunidades eclesiais de base (CEBs), que são formas de articulação da Igreja Católica entre as classes populares. O presente trabalho trata das condições que permitiram a conformação de um debate intelectual em torno das CEBs. Para compreender este debate é preciso situá-lo nas disputas políticas da época, levando em consideração as diferentes concepções existentes sobre a transição política para a democracia no Brasil. A análise dos estudos sociológicos sobre as CEBs revela a existência de inúmeras interfaces entre o campo religioso, o campo político e o campo da produção do conhecimento. Interfaces que possibilitam um trânsito singular de atores sociais, idéias, padrões de organização, análise, temas e questões entre estes campos do espaço social.