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Informações Gerais

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O objetivo do presente trabalho é analisar a configuração social no município de Novo Progresso (Sudoeste do Pará) a partir de uma situação de protesto, com foco nos residentes do assentamento Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PDS) Terra Nossa e nos produtores rurais da Floresta Nacional (Flona) do Jamanxim. A principal questão que move a pesquisa é como se dá o processo de fazer um movimento, nesse caso, uma manifestação que reuniu agentes heterogêneos. Essa heterogeneidade não se dá somente entre, mas internamente às categorias sociais acionadas pelos seus representantes e pela imprensa que divulgou a ação de protesto, a qual consistiu na interdição da rodovia BR-163 por oito dias consecutivos. Através de dados históricos e das narrativas e histórias de vida dos agentes sociais estudados, busca-se entender as condições sociais para a sua situação atual, bem como os sentidos conferidos aos movimentos já feitos, tanto em termos das outras brigas anteriores, quanto das alternâncias entre atividades e da mobilidade. Constata-se que os assentados e produtores rurais ao lidar com as oportunidades e constrangimentos do presente acionam diferentes formas de ajuda e de apoio, bem como as experiências adquiridas nos movimentos. Com base nesse conjunto de elementos, se procura demonstrar a maneira pela qual esses agentes se relacionam e agem perante as políticas públicas de ordenamento fundiário, de gestão ambiental e de infraestrutura implantadas na “região”. Observa-se que a atuação do Estado se deu ao longo do tempo através de uma multiplicidade de agências e âmbitos, os quais por vezes se contrapõem entre si. Com isso, abriu espaços para mecanismos variados de pressão e negociação política pelos agentes locais, em especial por meio de seus líderes sindicais e de associações, os quais se apresentam como seus representantes nas brigas referentes à redelimitação da Flona do Jamanxim e do PDS Terra Nossa.

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