A presente pesquisa investiga o fenômeno das ecovilas, um movimento social multissituado de comunidades sustentáveis empenhadas na proposição e na construção de soluções e alternativas à crise ecológica e civilizatória planetária do Antropoceno, em vista de uma cultura pós-capitalista. Pretende-se contribuir com o estudo dessa temática através de uma etnografia do caso da Aldeia da Mata Atlântica, descrevendo as especificidades de sua relação com o movimento das ecovilas e observando saberes, práticas, trajetórias, identidades, discursos e categorias em interação. O campo evidencia um rico contexto para observar e refletir questões relacionadas à sustentabilidade, ecologia, autonomia, produção, consumo, relocalização econômica, comunidades intencionais e outros temas a partir de referências ligadas a ecovilas, permacultura e agroecologia, sob o prisma da contracultura, da contra-hegemonia, trazendo críticas e proposições sociais, e efetivando ações estratégicas de transição e resiliência rumo a outros modos de ser e estar no mundo, pela ruptura com os vínculos de dependência ao capitalismo e pelo engendramento da regeneratividade e da reconexão entre natureza e cultura. Ademais, a descrição também explicita múltiplas contradições e controvérsias quanto aos significados e a efetuação dessas apostas, atentando para aspectos problemáticos de processos de ação coletiva. Palavras-chaves: Movimentos Sociais. Sustentabilidade. Ecologia. Autonomia. Relocalização. Contracultura.