Este trabalho apresenta a construção das principais manifestações promovidas pelo ativismo antiborto, ou como autodenominados, “pró-vida” brasileiro: As Marchas Nacionais pela Vida. A partir da teoria do confronto político, propõe-se frisar os principais eventos do conflito político entre movimento feminista e “pró-vida”, identificando momentos-chaves na formação de significados, ou frames a partir da redemocratização, na década de 1980 até as ações do judiciário, com a ADPF442. Ademais, busca-se marcar a fundação do Movimento Nacional da Cidadania pela Vida- Brasil sem Aborto, grupo que organiza as Marchas pela Vida, assim como a história dessas manifestações, enfatizando como frames usados na política institucional são mobilizados e acomodados nessas ocasiões. O trabalho também propõe uma análise do ciclo de protestos virtuais da Marcha pela Vida, que aconteceram em decorrência da pandemia de COVID-19 nos anos de 2020 e 2021, a fim de demonstrar as mudanças de abordagem do tema do aborto nas manifestações e a influência da política institucional nelas.