Informações Gerais
Esse trabalho desenvolve uma análise das dinâmicas burocráticas-organizacionais, da estrutura interna da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, e suas implicações no controle do uso da força policial, tendo como apoio a abordagem neo-institucionalista da sociologia das organizações. A tese central aqui defendida é a de que o controle da atividade policial – portanto do uso da força – é implicado determinantemente por dinâmicas, processos e mecanismos que são de ordem burocráticos-organizacionais. O trabalho foi realizado a partir de uma extensa etnografia da organização, além de um posterior mapeamento de processos. Parte-se do pressuposto de que a simples presença policial representa o primeiro gradiente do uso da força. A partir desse ponto de vista, é feita uma análise aprofundada dos processos burocráticos executados nos setores da PMERJ, responsáveis pela viabilização do policiamento: os setores de Recursos Humanos (PM/1 e DGP), Planejamento Operacional (PM/3) e Logística de material bélico da organização (PM/4). Esses são os setores responsáveis pelo planejamento, gerenciamento e controle do que, fundamentalmente, compõe e possibilita a atividade policial. Concluiu-se que, apesar da execução de uma enorme gama de processos burocráticos que visam o controle da atividade policial, esses processos são, em grande medida, cerimoniais.