O projeto propõe analisar o processo de transformação da Praia de Ramos, na zona Norte do Rio de Janeiro, desde os primórdios de sua ocupação balneária, quando se denominava praia de Maria Angu, até os dias de hoje, com o assim chamado Piscinão de Ramos. Com perspectiva etnográfica, a pesquisa parte de representações consolidadas sobre a Praia de Ramos na atualidade como a ideia de que se trata de um espaço ocupado pela população de baixa renda para refletir sobre sua constituição, seus efeitos e transformações ao longo do tempo. Com isso, será possível analisar a variedade de práticas balneárias na cidade, compreendendo como elas se conformam a partir de tempos, espaços, práticas e infraestruturas específicas. Com base em fotografias, reportagens, entrevistas e observação participante, a pesquisa tem um triplo objetivo: a ideia, muito presente no imaginário popular, de que a praia carioca se define por um espaço simbólico contínuo, marcado pela convivência democrática e por práticas relativamente homogêneas; compreender como mecanismos de (re)produção da estratificação social do espaço se fazem presentes no espaço balneário, consolidando práticas de segregação social, com forte viés racial; por fim, compreender como a região suburbana foi inserida no processo de balnearização da cidade através de práticas e paisagens próprias..