Os Mura, ausentes por tanto tempo do interesse etnológico, encontram-se distribuídos em pelo menos, 42 T.I. situadas na Amazônia Meridional. Esta dissertação pretende reinserí-los no campo das pesquisas etnológicas atuais, através de uma abordagem etnográfica sobre o significado de seus territórios e sobre o modo pelo qual constroem e articulam sua diferença hoje, depois de séculos de contato. Fornece, ainda =, um balanço crítico da história da etnia do século XVIII ao XX. PAra as primeiras cinco décadas do século XX sugere a existência de um modelo de usurpação de terras indígenas, construído a partir da documentação interna do S.P.I. sobre sua atuação no Estado do Amazonas e então território do Acre. Uma das consequências desta dissertação é a revisão de algumas idéias de embasam a maioria das abordagens atuais sobre indios "atípicos", lançando questões que sugerem uma reconsideração das mesmas e propondo um tipo de análise diferenciado.