Esta tese estuda as mudanças que vem ocorrendo nas indústrias têxtil e de confecção brasileira advindas da globalização dos mercados e da liberalização comercial brasileira desde a década de 1990. A tese enfoca o caso das empresas têxteis do Pólo Regional de Americana, Estado de São Paulo, onde a crise têxtil pós-abertura foi mais intensa, o que gerou uma mobilização empresarial contra a forma abrupta como se deu a a abertura comercial. A tese mostra que as fortes pressões competitivas globais provocaram, imediatamente, crise e conflito entre os elos da cadeia produtiva brasileira, contudo, desde o final da década de 1990, o setor têxtil e de confecção brasileiro passa por um amplo processo de reconfiguração produtiva e institucional. A tese argumenta que vem ocorrendo uma valorização estratégica da cooperação interfirmas na cadeia têxtil brasileira pela principal associação empresarial do setor, a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT). A conclusão essencial da tese é que, devido à intensificação da competição global, emergiu um novo discurso institucional em defesa da integração competitiva entre os elos da cadeia, contudo, a análise do caso de Americana mostrou que a concretização da cooperação interfirmas ainda enfrenta obstáculos no meio institucional e cultural.