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Tomando como caso a ser investigado a relação estabelecida de uma comunidade de moradores da periferia de Congonhas(MG), um bairro chamado Pires, com a água e o território, este trabalho busca pensar de que maneira um conflito de caráter socioambiental, entendido aqui como uma disputa por bem naturais materiais e simbólicos, é capaz de ser utilizado como ferramenta política que, ao acionar o discurso de “luta pela vida”, desnaturaliza os impactos trazidos pela presença das empresas mineradoras locais, levando a ampliação do repertório de ações coletivas, ao fortalecimento da identidade do grupo enquanto moradores de Congonhas e do bairro Pires, promovendo ainda a formação de clivagens internas e externas com a comunidade, o Estado e sociedade civil. Para tanto a análise toma como central a reconstrução de um evento especifico de degradação ambiental ocasionado pela empresa mineradora associada a CSN, NAMISA: o assoreamento das nascentes João Baptista e Boi na Brasa e sua posterior limpeza por cinco mulheres da comunidade, para abordar questões relativas a família, ao parentesco, ao estigma e a construção da identidade através de uma memória coletiva compartilhada sobre o passado da comunidade, apontando ainda para a construção de uma nova: a da resistência frente a mineração.

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