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Nesta discussão, Katerina Hatzikidi trata da hesitação antropológica em se envolver com subjetividades “abjetas” ou “incômodas”, identificando algumas das principais preocupações e desafios por trás disso. Concentro-me nas subjetividades da extrema direita e nas razões por trás da relativa falta de estudos etnográficos sobre elas. Entre outras ideias, argumento que o outro de extrema direita não se encaixa na ortodoxia antropológica atual em termos de abordagem etnográfica e, portanto, representa um tipo de alteridade ambígua que apresenta desafios éticos e metodológicos para as/os antropóloga/os. A discussão, então, traz à tona algumas das tensões e dilemas inerentes às abordagens antropológicas de alteridades incômodas, e discutirei também alguns exemplos de meu mais recente trabalho de campo, com apoiadores de Bolsonaro. Concluo destacando o que pode estar em jogo para a antropologia quando se excluem certos temas de pesquisa, sugerindo, em vez disso, que o estudo das alteridades incômodas oferece oportunidades para expandir os horizontes antropológicos da produção de conhecimento, aumentando a relevância da disciplina para a compreensão e a análise de fenômenos sociais contemporâneos complexos e preocupantes.

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