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Nesta dissertação são apresentados os resultados de uma pesquisa que se baseou em pequenas investidas a campo e em vasta análise documental quanto ao funcionamento das redes criminais de milicianos e bicheiros, com foco nas milícias de Rio das Pedras, comandada inicialmente por Félix Tostes, e Guaratiba/Campo Grande, sob a governança criminal de Jorge Babu e Major Dilo; e no império de contravenção da família Andrade, começando com Castor e indo até a sucessão por Rogério de Andrade e Fernando Iggnácio. Tudo isso com um recorte temporal de 1993 a 2008. Os dados foram colhidos através de entrevistas anônimas com envolvidos nas milícias, polícias e criminalidade num geral; consulta a processos judiciais desarquivados e/ou com acesso solicitado por mim diretamente aos devidos cartórios e juízes das alçadas estaduais e federais; e complementos oriundos dos jornais. As análises baseiam-se em interceptações telefônicas, contabilidades recolhidas pela justiça etc. O objetivo principal da pesquisa foi analisar como essas redes criminais se sustentavam e se diferenciavam uma das outras, para então delimitar as relações que cada rede mantém entre si, seja inimizade, parceria etc. A pesquisa conseguiu então concluir que milicianos e bicheiros mantêm relações desde o princípio das milícias. Líderes desse tipo de organização costumam ser policiais que já realizaram, no passado, trabalhos para banqueiros do bicho, e que, eventualmente, fundaram ou integraram o topo de alguma milícia nas favelas da Zona Oeste. As relações de Castor passaram para seus sucessores na mesma proporção que estes receberam o território do capo já dividido em suas respectivas zonas de influência e atuação. Onde Rogério atua, os milicianos se relacionam com ele e com mais nenhum contraventor; o mesmo se pode dizer para Iggnácio e os bairros sob sua influência.

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