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Esta tese analisa a política pública de fomento de Arranjos Produtivos Locais (APLs) no Brasil, que foi implantada e reconhecida como prática política em 2003. O conceito de APL pode ser compreendido como um arranjo econômico-social que organiza o conhecimento técnico, comercial e cooperativo, facilitando o ingresso das suas produções em mercados competitivos. O termo é resultado de investigações da Rede de Pesquisa em Arranjos e Sistemas Produtivos e Inovativos Locais (Redesist) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A rede de pesquisa e o governo federal, que criou o Grupo de Trabalho Permanente para Arranjos Produtivos Locais (GTP APL) para o fomento desta política pública, são objeto desta análise enquanto atores responsáveis pelo estabelecimento e pela difusão do fomento de APLs. Esta política visa, por sua vez, o desenvolvimento de atividades econômicas estruturadas em um mesmo arranjo, que pode variar desde pequenas empresas e cooperativas agrícolas, até grandes cadeias produtivas dos setores metalomecânico, energético, aeroespacial e portuário. O objetivo é compreender o processo que coloca esta política em funcionamento através de análise institucional e socioeconômica, diferenciando-se de uma avaliação da efetividade da política. A definição de APL é comparada aos conceitos de Distrito Industrial, Arranjos e Sistemas Produtivos e Inovativos Locais (ASPIL) e Cluster, sendo que os termos APL e Cluster são usualmente trabalhados como sinônimos na realidade política brasileira. Embora guardem semelhanças quanto aos aspectos territoriais, tais conceitos diferem quanto aos objetivos do arranjo, como preparação para competição, caso de Cluster, ou diminuição da desigualdade e aumento de renda dos integrantes do arranjo, caso dos APLs. Esta imprecisão conceitual na prática política torna os diferentes tipos de arranjos brasileiros de fácil adequação à política de APLs, porém, complexifica a gestão operacional desta política pública pelo Estado. Para pensar esta amplitude conceitual que caracteriza a política de APLs, tais arranjos foram divididos nessa pesquisa em pequenos e grandes APLs. A base empírica do estudo se constitui por pesquisa bibliográfica e documental e entrevistas com atores sociais da política. O fomento de APLs enquanto prática exemplifica o funcionamento das instituições do Estado na atuação, escolha e projeção de políticas públicas.

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