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Nesta tese, a partir de um recorte temporal que enfatiza o período entre 2012 e 2016, é examinado o processo de organização e de mobilização dos catadores de materiais recicláveis no Brasil tendo como contraponto a experiência do Uruguai. Busca-se entender a emergência desse ator coletivo do mundo do trabalho no espaço público e sua relação com dinâmicas sociais mais amplas dos contextos estudados. Analisam-se as formas como os catadores e os classificadores de resíduos coordenam suas ações e apresentam suas demandas perante o Estado e outros oponentes e parceiros no marco das transformações no trabalho, na gestão de resíduos sólidos e na cadeia da reciclagem. O processo em curso de mercantilização e de privatização dos resíduos sólidos introduz novos atores e interesses que disputam possibilidades de ingresso no negócio. O que antes era um bem gerador de renda das populações pobres que instalaram um circuito informal de coleta de materiais recicláveis para fornecer matéria-prima à indústria da reciclagem passou a objeto de regulações por parte do Estado e de políticas públicas e incentivos diversos. São abordados os antecedentes e as influências do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR) no Brasil, suas principais bandeiras e princípios orientadores, as pautas mais relevantes nas quais se envolvem de 2012 a 2016 e as formas como se mobilizam. Esses mesmos aspectos são analisados na Unión de Clasificadores de Residuos Urbanos Sólidos (Ucrus) no Uruguai.

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