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Esta tese é uma etnografia das práticas dos agentes que se articulam em torno da produção da música gospel no Brasil. A pesquisa partiu dos artistas, ponto de contato entre os diversos agentes e instituições – produtores, gravadoras, pastores, igrejas, fãs, mídias – que trabalham para que o mundo da música gospel aconteça. Esses agentes compartilham uma série de convenções que permitem com que diversos subgêneros musicais – o rock gospel, o rap gospel, o samba gospel, o funk gospel, o sertanejo gospel, o pentecostal, o louvor e adoração, entre outros -se definam a partir de um mesmo gênero musical. No entanto, esses subgêneros possuem também suas próprias convenções que tensionam os conceitos e as fronteiras entre o sagrado e o secular. No mundo do gospel, questões estéticas, religiosas, econômicas e políticas se articulam, mostrando conflitos existentes no mundo religioso evangélico brasileiro. A dimensão da vivência religiosa da música se complementa pelas modalidades de sua presença no espaço público. Se a música contribui para uma tentativa de estabilização de uma identidade evangélica em torno de uma suposta unidade entre os cristãos, ela também é um artefato através do qual essa própria unidade é questionada.

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