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Este projeto de pesquisa busca compreender a agência e as alianças políticas de lideranças negras do movimento de trabalhadoras sexuais nos Estados do Maranhão, Piauí, Rio de Janeiro e São Paulo. Compreender a trajetória de vida e política de mulheres ativistas pode nos revelar muito sobre a organização do movimento social de prostitutas no Brasil, através de suas experiências em como fazer política e de que forma se faz política, o que Murray (2014) denominou de Puta Politics. Os conceitos de aliança, performatividade, precariedade e coalizão (BUTLER, 2018) auxiliarão, do ponto de vista teórico, a compreender a agência (BUTLER, 2002, 2003) das lideranças negras nos diversos grupos com os quais atuam: feministas, moradores de comunidades carentes, pessoas em situação de rua, população LGBTQIA+, dentre outros; e como essas alianças impactam no movimento de trabalhadoras sexuais. Também interessa entender, a partir de uma perspectiva interseccional (COLLINS; BILGE, 2020), como os marcadores sociais de classe, raça/etnia, gênero, sexualidade, geração, dentre outros (BRAH, 2006) operam na trajetória de vida e política dessas lideranças, e como temas como raça e racismo tem sido tratado dentro do movimento organizado. Como aliada do movimento e ativista do Coletivo Por Elas Empoderadas1, buscarei fazer uma “etnografia responsiva e provocadora” (FONSECA, 2017), onde diferenças e afetos são pontos centrais da pesquisa, e “ser afetado” (FAVRET-SAADA, 2005) é parte do trabalho etnográfico. Partindo de uma abordagem qualitativa, serão utilizados múltiplos métodos e estratégias de coletas de dados, como entrevistas, observação e análise documental.

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