Este estudo tem como objeto as representações coletiva dos papéis sexuais no direito e na imprensa, através de um crime que se tornou célebre na década de 50, conhecido como o caso de Aída Curi. Pretendo trazer à tona os valores morais e sociais dominantes na época da morte de Aída que foi vítima duas vezes. Primeiro, da violência brutal que culminou com sua morte,; segundo, do julgamento social e moral a que foi submetida, baseado na tese da defesa dos acusados de que Aída aceitou subir ao terraço do edifício "Rio Nobre" com os rapazes de livre e espontânea vontade. Estes valores serão analisados principalmente através de artigos e reportagens da revista "O Cruzeiro", um dos principais meios de comunicação da época, responsável pela dimensão que o caso adquiriu na mídia e na sociedade, quando grande indignação em função dos rumos que tomou o proceso, rumos estes muitas vezes suspeitamente favoráveis aos acusados , dado o jogo de influências políticas e grandes manobras dos advogados.