Neste trabalho analiso as maneiras que as elites brasileiras e sul-africanas percebem pobreza e desigualdade em seus países. Concentro-me no aspecto cultural da pobreza e da desigualdade, explorando como é relevante considerar as percepções das elites e a influência que estas exercem no desenho de políticas públicas. Ao analisar a dimensão cultural, contudo, não negligencio as constrições estruturais e estratégias racionais das elites. Examinando dados de survey, exponho como as elites nos dois países articulam pobreza com educação e crescimento econômico. No Brasil, o Estado é percebido como um ator relevante nas causas e soluções da pobreza e da desigualdade, enquanto na África do Sul o crescimento econômico ganha mais destaque nestes aspectos.