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A presente tese se dedica ao estudo de um caso de "recuperação fábrica". Em junho de 2003 os operários da Flaskô, localizada na cidade de Sumaré, decidiram ocupar a fábrica que se encontrava em situação pré - falimentar e retomar a produção sob 'controle operário'. Não aceitaram formar uma cooperativa para assumir a propriedade da fábrica e passaram a reivindicar a sua estatização. A continuidade da existência da fábrica traz a necessidade de que os próprios operários realizem a gestão administrativa e financeira, mas as ações nesse âmbito seriam inócuas se não fossem sustentadas pela mobilização política incessante. O presente trabalho se dedica a analisar o processo político vivenciado pelos operários, que explicita uma dinâmica de ações coletivas defensivas e ofensivas e a estruturação de campanhas políticas que tem possibilitado a reprodução do funcionamento da fábrica ocupada nos últimos nove anos. Através da análise da organização do protesto, dos meios contenciosos, das reivindicações, procura-se avaliar os aspectos que contribuem para a compreensão sobre a longa duração desta ocupação de fábrica, assim como as variações nos repertórios críticos ao longo da sua história.

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