O problema principal que procuro desenvolver neste trabalho é o seguinte: na sociabilidade urbana brasileira, há deficiência ou excesso de individualismo? Justifico a questão, colocada de modo tão geral, porque é comum, seja na percepção social, seja mesmo em muitos trabalhos das ciências sociais sobre o Brasil, uma recepção muito ambígua do termo individualismo, que serve ora para apontar seus excessos (no sentido de um individualismo perverso), ora para apontar sua falta – comparativamente aos Estados Unidos, por exemplo – (no sentido em que individualismo, direitos humanos, competência quanto aos interesses e valores da cidadania produzem uma simbiose cultural moderna e desejável).