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A proposta do artigo é articular as noções de casa, corpo e cuidado à luz da contribuição dos estudos sociais da ciência e dos estudos feministas sobre cuidado e sobre interseccionalidade, a partir de experiências de pesquisa e ensino. Os casos apresentados são oriundos de dois momentos distintos: uma etnografia realizada entre 2015 e 2018 em uma unidade de atenção primária à saúde e situações vivenciadas por estudantes de medicina ao longo do internato também na atenção primária e acompanhadas pela autora enquanto supervisora, entre 2021 e 2022. A relação entre os casos apresentados e os ambientes onde vivem as pessoas que deles fazem parte constituem o fio condutor desta reflexão, na qual procuro demonstrar a centralidade do espaço entendido como casa e de relações humanas e não humanas que permeiam a corporeidade dos pacientes, em suas possibilidades e formas de gerar cuidado. Finalmente, proponho pensar na necessidade de uma reflexão epistêmica no campo formativo da saúde, para compreensão dos corpos vivos e das pessoas em suas vidas.

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