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Ao ser identificada como uma criança com problemas de aprendizado, Helena e sua família são lançadas em uma longa e incerta jornada em busca de um diagnóstico para a condição da menina. Acompanhamos esse processo por meio de uma etnografia baseada em observações, conversas com os protagonistas e uma análise de documentos médicos e escolares. A história de Helena serve como elemento empírico para uma reflexão crítica acerca da cultura da escolarização contemporânea. Argumentamos que os problemas de aprendizado da menina são indícios de um modelo escolar incapaz de lidar com as diferenças de subjetividades. A escola contemporânea ainda apresenta marcas de uma instituição fundada, no século XIX, sob o propósito da disciplinarização. Assim, a história de Helena é um caso que permite refletir sobre a inclusão escolar a contrapelo, isto é, por meio do entendimento dos mecanismos simbólicos e práticos que realizam a exclusão escolar. Como argumento conclusivo, o artigo aponta para as potencialidades que as etnografias e as subjetividades podem oferecer aos estudos de inclusão e de exclusão escolares.

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