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O presente trabalho buscou abordar o futebol como um fenômeno social e o encarou como parte de um processo social mais amplo. Para este empreendimento, realizamos etnografia com jogadores, dirigentes e torcedores do Catanga Futebol Clube, time de futebol amador de Passa Quatro, região sul-mineira. Foi possível compreender como essa coletividade participava ativamente de dinâmica que envolvia operações de mapeamento, em que esses sujeitos se mantinham sempre atentos às ações e aos acontecimentos, sob os contornos de sociabilidade agonística que reforçava uma conflitividade latente, cujos embates de reputação orientavam aspectos desses personagens em narrativas sociais. Assim, na condição de representantes de uma localidade marginalizada na cidade, o time de futebol se tornou fonte de respeitabilidade e oportunidade de demonstrar o valor daquele lugar – o bairro era ressignificado pelo futebol por meio dos conflitos da torcida.