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O presente artigo propõe uma reflexão sobre pichações presentes nas ruínas de bairros em afundamento na cidade de Maceió, Alagoas. O desastre socioambiental, que atinge cinco bairros da capital, é resultado da exploração de sal-gema pela petroquímica Braskem S/A e culminou no deslocamento compulsório (Haesbaert, 2004) de cerca de 60 mil pessoas. Com base em investigações etnográficas independentes, pesquisa documental e em diálogo com dois projetos fotográficos locais, compilamos um conjunto de pichações e grafites feitos por moradores e ex-moradores dos bairros condenados. Discutimos as intervenções relacionadas às materialidades do arruinamento, atentando-nos para as maneiras com que memórias, frustrações, denúncias e reivindicações são expressas nos escritos e desenhos pichados em muros depredados. Logo, buscamos examinar como os atores sociais se articulam em resposta à violência perpetrada e encontram maneiras de reocupar os signos da destruição, reconfigurando subjetividades e inaugurando novos modos de ação histórica (Das, 2020).

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