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O objetivo deste artigo é analisar o processo de elaboração e implementação da abordagem de redução de riscos direcionada a usuários de drogas na França, cujas bases remetem à epidemia de Aids da década de 1980. Parto do pressuposto de que o contexto epidêmico viabilizou não somente o redirecionamento da política pública do país, até então baseada em um modelo repressivo de combate às drogas, como também produziu a erosão de uma barreira moral, engendrando a concepção de novos modos de pensar e representar usuários e suas práticas de consumo. Minha hipótese é que o principal elemento responsável por essa mudança paradigmática foi o processo de publicização em torno do compartilhamento de seringas, ancorado em duas situações problemáticas específicas: o consumo crescente de heroína e a emergência de um vírus letal.

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