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A partir de um trabalho de campo com dois grupos distintos de apoio que oferecem suporte a pessoas que tiveram contato com uma “morte violenta”, analisam-se as diferentes dimensões e características de suas vidas que compõem o luto. Mobilizando uma abordagem pragmática e pragmatista, sugere-se que existem diferentes fases/âmbitos (não lineares) marcados por um trabalho em grupo sobre a lembrança pessoal e sobre as sensações íntimas, cujo objetivo é fazer a pessoa enlutada enxergar possibilidades de futuro em sua vida. Passa-se dos rompimentos com hábitos passados causados por um evento marcante à investigação de novas potencialidades de ação, em que se almeja a construção de novos hábitos estáveis. Mostra-se como a transformação das sensações e o engajamento em atividades coletivas também compõem esse período indefinido de “provação de vida”, qualificado como luto pelas pessoas dos grupos estudados.