Numa abordagem que contrasta a Teoria da Industrialização e o Funcionalismo-Estrutural, são reexaminadas as mudanças ou constantes sociais do passado no Brasil do século XX. O século XX é, no mínimo, emblemático. Porque testemunhou uma série de mudanças sociais, mas também porque não foi marcado por revoluções na parte ocidental do planeta, ao contrário dos séculos XVIII e XIX. Caracterizou-se também pela manutenção das desigualdades sociais construídas nos séculos anteriores. O século XX confirmou a hegemonia do eurocentrismo masculino no Ocidente, em detrimento de outras identidades marginalizadas, numa configuração que facilita ou dificulta a vida das pessoas dependendo dos senhores do estatuto: Raça e Género. É o que pretendemos mostrar neste artigo, que avalia o grau de permeabilidade social a partir da avaliação histórica do casamento inter-racial.